Mestrado
O curso de Engenharia Naval e Oceânica, tem por objetivo ministrar a formação necessária ao exercício da profissão de Engenheiro Naval e Oceânico. Esta atividade está intimamente ligada ao mar, e consiste fundamentalmente na conceção, construção e gestão da operação dos sistemas que se destinam à exploração do mar, nas suas vertentes de via de transporte marítimo, fonte de recursos vivos (navios de pesca e aquacultura em mar aberto) e minerais (plataformas oceânicas, equipamento submarino, entre outros) e ainda como local de desporto e recreio.

A formação em Engenharia Naval e Oceânica concilia um vasto conhecimento em engenharia, necessário para satisfazer os requisitos técnicos do projeto, com a criatividade e sensibilidade essenciais para o planeamento e desenvolvimento de novos conceitos de veículos e estruturas marítimas.

Para adequar o conteúdo da Licenciatura em Engenharia e Arquitetura Naval a uma constante evolução nesta área, foi feita uma restruturação curricular que entrou em vigor no ano lectivo de 1999/2000 e que criou três perfis na Licenciatura:
• Projeto e Construção Naval
• Máquinas e Sistemas Marítimos
• Transportes Marítimos e Portos

Embora o perfil de Máquinas e Sistemas Marítimos tenha sido criado, nunca foi colocado em funcionamento face ao numero limitado de alunos.

A Licenciatura estava então organizada em cinco anos curriculares, que além da formação de base comum a outros ramos de Engenharia, oferecia formação em matérias específicas tais como Arquitetura Naval, Estática e Dinâmica do Navio, Vibrações, Resistência e Propulsão, Manobrabilidade e Controlo, Máquinas e Sistemas Marítimos, Sistemas de Navegação e Comunicação, Estruturas Navais, Projeto de Navios, Tecnologia de Estaleiros, Navios de Pesca, Organização de Portos, Transporte Marítimo e Portos, entre outras.

A entrada em vigor do Acordo de Bolonha em 2007 ocasionou uma reorganização da estrutura curricular numa Licenciatura de 3 anos e num Mestrado com duração de 2 anos. No primeiro ciclo ficaram fundamentalmente as matérias de formação genérica em engenharia, ficando a maioria das matérias referidas no paragrafo anterior no Mestrado.

Em 2017 foi criado um novo perfil vocacionado para os Sistemas Oceânicos, ajustando-se simultaneamente a designação do curso para Engenharia Naval e Oceânica.

O plano curricular do Mestrado em Engenharia Naval e Oceânica compõe-se de um tronco comum que se desenvolve ao longo de 3 semestres. O 2º ano, com 60 ECTS, inclui uma dissertação/projeto, que se pode situar em uma das três áreas de especialização oferecidas:
• Projeto e Construção Naval
• Transportes Marítimos e Portos
• Sistemas Oceânicos

O grau de Mestre em Engenharia Naval e Oceânica corresponde ao 2º ciclo de estudos com duração de dois anos. Este nível de formação é o considerado necessário para o desempenho da profissão de Engenheiro Naval e Oceânico, de acordo com os níveis de qualificação exigidos pela Ordem dos Engenheiros.

Neste segundo ciclo de estudos são cobertos em detalhe um conjunto de aspectos necessários ao desempenho da profissão de Engenheiro Naval e Oceânico, nomeadamente o transporte marítimo, o projeto de navios, materiais de construção naval, tecnologia e organização de estaleiro gestão de projetos.

O projeto de navios dos vários tipos envolve não só os aspectos específicos de arquitectura naval como, também, os de máquinas e sistemas marítimos e de eletricidade, que fazem parte da formação ministrada. Para além dos aspetos de conceção que são fundamentais à formação de um engenheiro, o curso dá também especial atenção aos aspectos tecnológicos relacionados com o processamento de materiais de construção naval e com a tecnologia e organização de estaleiros navais. Esta formação em gestão de projetos e empreendimentos garante também, ao engenheiro naval, uma fácil adaptabilidade a diversas tarefas de gestão noutros sectores.

O estudo do transporte marítimo é uma preocupação importante do curso, sendo focados quer os aspectos económicos e a sua influência na gestão da operação de navios e de frotas, quer a concepção e projeto de navios de comércio. Articulando-se com o transporte marítimo, tem surgido uma crescente preocupação com o estudo da interface portuária, que relaciona o transporte marítimo com os restantes meios de transporte.

O estudo de sistemas oceânicos, que é considerado importante, engloba aspetos específicos de exploração de recursos do mar. A conceção de plataformas oceânicas e dos sistemas de produção flutuantes e submarinos é essencial à exploração dos recursos de petróleo, gás e outros recursos minerais submarinos. A conceção de equipamentos de exploração de energias renováveis no mar e de aquacultura em mar aberto são também importantes para a promoção da chamada “Economia Azul” que permite o aproveitamento sustentável dos recursos marinhos. O currículo das diferentes matérias proporciona ainda um melhor conhecimento dos oceanos, nomeadamente através de oceanografia, gestão da zona costeira, e metodologias de previsão e combate à poluição marítima.